TĀPAS - FORÇA DE VONTADE
- Juliana Figueira
- 26 de set. de 2016
- 2 min de leitura
Todas as realizações na vida requerem força de vontade, com a busca espiritual não seria diferente.

Quando pensamos em espiritualidade vários caminhos vem a nossa mente. No entanto, seja qual for o caminho é necessário uma vontade genuína e muita disciplina para percorrê-lo.
Podemos pensar que a jornada espiritual dependa de algo ou de uma circunstância especial, mas a verdade é que a espiritualidade acontece na vida cotidiana, nas relações e ações do dia-a-dia.
Sendo assim, nosso cotidiano é um processo contínuo de autoconhecimento e conexão espiritual, e por meio do yoga podemos compreender melhor esta jornada. O yoga nos oferece múltiplas ferramentas para vivenciarmos a espiritualidade e para isso uma vontade ardente e verdadeira de experienciá-las deve nascer no coração de todo praticante.
Essa vontade ardente de conexão espiritual se chama Tāpas (Taapas). Essa palavra sânscrita deriva da raiz tap que significa “tornar-se ardente”. Nesta palavra temos contido todo o significado de um espírito yogui, ou seja, aquele que está firmemente determinado a vivenciar o caminho do autoconhecimento e da libertação. Trata-se de desejar “ardentemente” essa busca e encontrar a força interior para enfrentar aos obstáculos que a própria jornada apresenta.
Quando trazemos Tāpas para nossa prática de yoga, desenvolvemos a motivação necessária para permanecermos no caminho e acessarmos nossa real natureza, o Ātman. Essa motivação surge do reconhecimento que o yoga é a ferramenta que nos conduz à libertação dos condicionamentos da mente e do corpo e nos desperta para a paz, a verdade e a felicidade que já somos.
Desta forma, não é necessário que ninguém nos diga ou nos incentive a frequentar as aulas ou mesmo a praticar em casa, a avançar em uma postura ou a adotar um novo estilo de vida. Quando Tāpas é entendido, naturalmente a prática se torna indispensável e os obstáculos perdem força.
Tāpas, a força de vontade, nos encoraja a seguir em frente, nos liberta de todos os condicionamentos e amarras para a realização de nossa plenitude. Sob esta perspectiva compreendemos que a disciplina não é imposta por nada, nem ninguém. A disciplina torna-se um desafio prazeroso e estimulante, porque já temos dentro de nós a compreensão do objetivo do yoga, que nada mais é do que o reconhecimento de si mesmo, como alguém livre de qualquer limitação ou sofrimento (mokṣa).
Assim sendo, tudo fica mais leve e a autossuperação muito mais possível. Basta encontrarmos dentro de nós a força de vontade para uma verdadeira vida de yoga, plena e consciente. Vamos praticar juntos!
Harih Om!
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