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ASTEYA - HONESTIDADE

  • Foto do escritor: Juliana Figueira
    Juliana Figueira
  • 15 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Asteya refere-se ao princípio da honestidade. Diz respeito a não tomar para si o que não lhe pertence, e isso inclui desde objetos e ideias até mesmo a energia alheia. O roubo está intimamente ligado ao apego, à falsa noção de escassez, quando nos sentimos incapazes de gerar os elementos necessários para nosso bem-estar ou quando colocamos a satisfação dos desejos à frente da nossa integridade.


Mas, muito mais do que apenas não roubar, Asteya nos convoca a refletir sobre nossas reais necessidades. Isto é, a repensar nossos desejos, e isso implica repensar sobre como consumimos as coisas.


Estamos constantemente sendo bombardeados por propagandas convincentes que nos fazem crer que a satisfação e a autorrealização derivam do consumo. Ou seja, passamos a crer que qualquer vazio interior possa ser preenchido pela aquisição de coisas, pessoas ou situações. Quantas vezes já não nos flagramos comendo ou fazendo compras para afastar a tristeza?


Pode até ser que, por alguns breves momentos, nos sintamos preenchidos e felizes, mas logo a euforia passa e nos vemos ainda mais incompletos e vazios.


Sentimo-nos insatisfeitos porque há uma ignorância (avidya) sobre nossa realidade, porque nos reconhecemos como incompletos. Contudo, o caminho do autoconhecimento nos leva ao entendimento de que dentro de nós já existe tudo o que buscamos. Todo o amor, toda a paz e toda a felicidade que buscamos fora podem ser acessados internamente, pois não são objetos, e sim estados. Temos a liberdade de escolher nos sentir felizes, amados ou serenos, mesmo diante das piores circunstâncias.


Sendo assim, Asteya é integridade, o estado ou a característica de algo que está inteiro, completo. Quando nos reconhecemos como parte integrante de uma totalidade maior, passamos a agir sob a luz deste entendimento. Cessam-se, portanto, as insatisfações, a cobiça e os desejos desnecessários. Tomamos do universo apenas aquilo que necessitamos, compartilhando com todos os seres os frutos da existência e, assim, mantemos o equilíbrio da vida.


Outra maneira de compreender Asteya é como autossabotagem. Roubamos de nós mesmos as oportunidades, boicotamos as chances que a vida nos dá de crescer, fugindo de nós mesmos e nos escondendo em ilusões, sendo desonestos com a nossa verdade interior.


Portanto, Asteya nos direciona para o dharma, aquilo que deve ser feito para a manutenção da ordem e da harmonia em nossa volta, quando simplesmente entendemos nosso papel na vida e percebemos que somos uma pequena gotinha em um imenso oceano, mas também que este oceano só é oceano porque é feito pela união destas pequenas gotinhas que somos.


Harih Om!


 
 
 

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