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SATYA - VERDADE

  • Foto do escritor: Juliana Figueira
    Juliana Figueira
  • 9 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Falar a verdade é sempre desejável, no entanto, Satya muito mais do que apenas falar a verdade se refere a empregar a verdade em todas as esferas da vida. Consiste em fazer coincidir pensamentos, palavras e ações.



Parece simples determinarmos agir com a verdade, contudo diante da mínima situação desconcertante temos sempre uma mentirinha branca na manga. Quem nunca esteve diante de uma situação em que ao se atrasar para um compromisso marcado, diz que está a caminho, mesmo ainda estando dentro de casa?


Nestas situações mentir parece mais fácil, evita uma série de desconfortos e mal entendidos, nos alivia das responsabilidades. No entanto, existem três pontos a serem considerados:


1. Mentir requer que sustentemos a mentira. Aquilo que parece uma simples mentirinha sem consequências, nos condiciona ao hábito de mentir, e tendemos a sustentar as mentiras com novas mentiras e quando nos damos conta estamos num ciclo vicioso. Mentimos não somente para os outros, mas também para nós mesmos.


2. Ao mentirmos estamos desrespeitando os envolvidos. Se nos colocássemos no lugar das pessoas para quem mentimos certamente não nos sentiríamos bem. Portanto, a máxima: não faça com os outros o que não gostaria que fizessem a você - se aplica bem aqui.


3. Quando mentimos, mesmo que estejamos convictos da mentira que contamos, sabemos no fundo que não é correto. Existe um conflito interno, algo que nos incomoda, uma intranquilidade que nos inquieta e traz sofrimento.


Diante disso, viver com verdade exige maturidade e coragem, pois temos de lidar com situações que gostaríamos de evitar. Mas estas são grandes oportunidades de crescimento, tanto emocional quanto mental. Prezar pela verdade nos leva em direção a uma mente calma, madura e consciente e é isso que buscamos através da vida de yoga.


É possível viver a verdade enfrentando as situações constrangedoras, sem que para isso precisemos nos usar da mentira. Basta sermos autênticos e sinceros e buscarmos manter a paz e gentileza.


As vezes, confundimos sinceridade e autenticidade com grosseria e hostilidade. Nos utilizamos da desculpa de estarmos falando a verdade, quando estamos apenas ferindo por meio de palavras indelicadas e ásperas. Nem sempre o que pensamos ser verdade de fato é,ou pode ou deveria ser dito a qualquer um e, muito menos, de qualquer modo. Deve existir um contexto, uma situação que propicie essa atitude e que a torne válida, onde aquele que ouve deve estar preparado e querer ouvir o que temos a dizer. Dessa forma, se não considerarmos os sentimentos do outro ao lhe dizer a verdade estaremos sendo violentos. Satya deve caminhar sempre junto com Ahiṃsā.


Deste modo, a verdade deve ser empregada com discernimento, considerando-se o contexto de cada situação e é preciso estar preparado para suas consequências, sejam elas positivas ou não.


Ser verdadeiro e autêntico consigo mesmo é sempre o primeiro e mais importante passo. Não se autoiludir é uma atitude primordial para se estabelecer a verdade e a autenticidade nas relações .


Assim, Satya inclui falar a verdade e, mais fundamentalmente, conhecer a verdade profunda que permeia todo Ser. Alinhar nossas prioridades e estilos de vida a essa verdade essencial de unidade, é cultivar Satya, é viver Yoga.


Harih Om!






 
 
 

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